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quinta-feira, 25 de julho de 2013

"Uma Mulher em Berlim" de Autor Anónimo.

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 304
Editor: Edições Asa
ISBN: 9789892323121


Ainda estou um pouco zonza com esta leitura! Tanta coisa para dizer, ainda mais para reflectir...

Não posso deixar de ficar admirada pela publicidade (pouca!) que este livro teve. Ou pelo menos, de como ela me passou completamente ao lado. Ao ler a sinopse pensei logo que esta obra seria "a minha praia" mas não estava de todo preparada para tudo aquilo que li. Forte. Intenso. Duro. Ainda assim com uma ponta de esperança.

Um relato verídico, de uma crueza estonteante, feito por uma mulher que quis permanecer anónima. Porque o que é importante não é saber quem viveu tudo o que no livro é relatado mas sentir o que a guerra provoca no ser humano. A fome, o medo, a angústia do desconhecido leva a que todos os nossos valores sejam repensados, analisados sobre um outro prisma! Atitudes tomadas que só quem nunca esteve numa situação semelhante se atreve a julgar.

Um diário feito por uma alemã, já no fim da guerra, quando a Alemanha finalmente foi subjugada e se rendeu. De 20 de Abril a 22 de Junho de 1945, em Berlim. A cidade é invadida pelos Russos. Saques, pilhagens, violações. FOME! Pessoas que se juntam numa cave do prédio onde habitam para não serem apanhadas pelos bombardeamentos e pelas violações. Porque se as primeiras caem do céu, as segundas espreitam nas escadas sem luz, nas casas arrombadas.

Consegue fazer uma análise bastante isenta dos seus sentimentos e dos daqueles que a rodeiam. A fome, o medo, as violações, a morte, a união dos vizinhos, tudo impele o ser humano para actos que, em clima normal, abominariam e condenariam. Uma coisa que pensamos ser imprópria, torna-se, de repente, na coisa mais natural face ao clima de terror em que se vive e face à massificação dos acontecimentos. Estou a lembrar-me, por exemplo, de como a autora procura a protecção de um oficial russo oferecendo-se sexualmente, evitando futuras e mais violações e em troca de alguma comida. Comida que distribui com a "sua família emprestada", uma viúva, sua vizinha e seu hóspede doente.

Actos que na sociedade actual seriam severamente castigados e do qual as vítimas sentiriam algum pudor em falar - as violações - são expurgados colectivamente. "Quantas vezes foste violada?" - esta frase repete-se quando as mulheres se encontram. Mulheres que não se conhecem mas que partilham a mesma situação.

Mas esta mulher não desiste! E para preservar a sua sanidade pega num caderno, numas folhas e escreve, escreve durante dois meses sobre o que vê e o que sente. E ao escrever liberta toda a sua dor e reafirma perante si mesma, a sua vontade de viver. Impressionante!

Um livro que tem de ser lido. Nota máxima!

Terminado em 22 de Julho de 2013

Estrelas: 6*
Sinopse

Com início a 20 de Abril de 1945, o dia em que Berlim viu pela primeira vez a face da guerra, a autora deste diário descreve o quotidiano de uma cidade em ruínas, saqueada pelo exército russo. Durante dois meses, afasta a angústia e as privações sofridas, e concentra-se no relato objectivo e racional das suas experiências, observações e reflexões. Apesar dos constantes bombardeamentos, de actos de violação, do racionamento alimentar e do profundo terror da morte, este diário traça-nos uma perspectiva única de uma mulher dotada de um optimismo notável, que não se deixa abater pelas agruras sofridas. Quem ler este diário, jamais o esquecerá.

11 comentários:

  1. Mau mau Dona Cris!! A minha wishlist já é grande que chegue!! Tu não me alicies mais minha amiga!! Mas este... este eu vou mesmo ter de ler!!!!
    Beijocas
    Teresa Carvalho

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  2. Este é imperdível, Teresa! Bj amiga!

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  3. Um diário verídico, cru. Mas uma escrita sem ódio. Como se tudo o que se passou em Berlim quando foi tomada pelos Russos fosse a paga dos actos cometidos pelos seguidores de Hitler. Quantas pessoas sofreram nos dois lados da guerra, ah?!!

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  4. Ahaah acho que faço das palavras de macy as minhas ;)
    Não conhecia este livro, mas fiquei muito curiosa. Gosto muito de registos referentes à segunda guerra mundial.
    Boas leituras!

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  5. E eu também, Folhas de Papel!!! Bjs

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  6. Mais um que me agradou bastante....Pesadoooo, mas mto bom

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  7. Mais um que nao perdi...A Cris é mto boa conselheira....

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  8. Fiquei com mais vontade ainda de ler agora. Fantástico!

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