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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Debaixo de Algum Céu de Nuno Camarneiro



Edição/reimpressão:
 
Páginas:
 
200
Editor:
 
Leya
ISBN:
 
9789896602390
Coleção:
 
Prémio LeYa

Influenciada por vários amigos que me falaram bem deste livro, estava em pulgas para que ele me chegasse as mãos.

Num espaço curto de tempo, a acção decorre quase sempre dentro das paredes de um prédio. De leitura rápida, confesso que o nome de alguns personagens fez com que, às tantas, não soubesse de que morador se tratava e confundi os graus de parentesco entre os habitantes deste prédio tão sui-generis.

Claro que gostei! A escrita do autor convida à reflexão e enamoramo-nos de algumas frases tal é a sua beleza. No entanto, os narradores são vários e como a escrita é muito própria, achei que o autor deveria ter feito um esforço para separar a forma de escrever do narrador e a dos personagens que são, algumas vezes, narradores também...

Achei interessante todas as pequenas vidas, que somos convidados a observar, pertencentes aos habitantes dos apartamentos, como se de pequenos contos se tratassem. Confesso que a história no seu todo não me prendeu de sobremaneira pois o tempo em que ela decorre é curto em demasia, não me sentindo empolgada o suficiente para ficar tão apaixonada pelo enredo como fiquei pela escrita do autor. As minhas estrelas vão quase na sua totalidade para a forma como o discurso está elaborado.

Terminado em 25 de Maio de 2013

Estrelas: 5*

Sinopse

Num prédio encostado à praia, homens, mulheres e crianças - vizinhos que se cruzam mas se desconhecem - andam à procura do que lhes falta: um pouco de paz, de música, de calor, de um deus que lhes sirva. Todas as janelas estão viradas para dentro e até o vento parece soprar em quem lá vive. Há uma viúva sozinha com um gato, um homem que se esconde a inventar futuros, o bebé que testa os pais desavindos, o reformado que constrói loucuras na cave, uma família quase quase normal, um padre com uma doença de fé, o apartamento vazio cheio dos que o deixaram. O elevador sobe cansado, a menina chora e os canos estrebucham. É esse o som dos dias, porque não há maneira de o medo se fazer ouvir.
A semana em que decorre esta história é bruscamente interrompida por uma tempestade que deixa o prédio sem luz e suspende as vidas das personagens - como uma bolha no tempo que permite pensar, rever o passado, perdoar, reagir, ser também mais vizinho. Entre o fim de um ano e o começo de outro, tudo pode realmente acontecer - e, pelo meio, nasce Cristo e salva-se um homem.
Embora numa cidade de província, e à beira-mar, este prédio fica mesmo ao virar da esquina, talvez o habitemos e não o saibamos.
Com imagens de extraordinário fulgor a que o autor nos habituou com o seu primeiro romance, Debaixo de Algum Céu retrata de forma límpida e comovente o purgatório que é a vida dos homens e a busca que cada um empreende pela redenção.

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