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terça-feira, 30 de abril de 2013

A Convidada Escolhe..."Contracorpo"

Vou querer ler! Brevemente! (Cris)

Uma mãe. Um filho adolescente. Uma enorme perda. Uma guerrilha entre um corpo revestido por uma armadura de resiliência e um “contracorpo” que se esconde atrás de uma inexpugnável muralha de silêncio.

Uma mulher em busca de equilíbrio e de uma nova definição de si mesma e um rapaz a transformar-se num homem, um “quase-homem” na corda bamba da adolescência, um malabarista de raivas, medos e sonhos.

Uma viagem aparentemente sem destino que os conduz ao encontro de si mesmos e um do outro.

Neste romance tudo flui de forma escorreita, ritmada, sensível e impressionantemente verosímil. Muito bem escrito, não é uma história sobre gente invulgar e extraordinária mas sim acerca de pessoas comuns, com qualidades e defeitos iguais aos de toda a gente, cujas vidas foram moldadas indelevelmente por uma perda inesperada. A autora disseca com uma notável e sensível precisão a montanha-russa emocional vivida por Maria e pelos seus filhos, proporcionando ao leitor uma visão nítida e muito lúcida do seu percurso após a morte de Francisco. Gostei da profundidade que a autora deu às personagens, do tom intimista da sua escrita que as transporta para o mundo real; Maria, Pedro, Simão e os outros pareciam estar mesmo ali ao nosso lado. A sua família poderia muito bem ser a nossa ou a de algum vizinho.

Em suma: bem escrito, simultâneamente sensível e realista, “Contracorpo” é uma leitura interessante e acutilante sobre o grande tema humano da perda, mediada tanto pela morte quanto pela passagem da infância à adolescência e, consequentemente ao mundo dos adultos.

Renata Carvalho

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