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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ao Domingo com... Paulo Moreiras

"O romance «O Ouro dos Corcundas» decorre no final da guerra civil entre Liberais e Absolutistas, em 1834, sobre as aventuras e desventuras de um homem chamado Vicente Maria que, sem o saber, alterou o rumo da História de Portugal. Para os meus romances, geralmente, desenvolvo uma teoria que sustenta a trama e dá corpo ao texto e neste caso a teoria ganhou força quando, durante a investigação histórica, encontrei documentos que tornavam bastante verosímil a minha ideia. Mas, no fundo, é apenas mais uma história de amor, cheia de peripécias e muito humor.

A ideia de «O Ouro dos Corcundas» nasceu durante uma viagem de comboio, de Lisboa para Pombal, após uma conversa numa Comunidade de Leitores em Lisboa, acerca do meu anterior romance, «Os Dias de Saturno» (2009). Há alguns dias que andava a magicar uma ideia, mas nada de concreto. Depois
surgiu uma pequena trama e o restante desenvolveu-se, trabalhando. A minha intenção ao escrever este romance foi apenas contar uma história divertida, num registo satírico que caracteriza o meu estilo.

Enquanto escritor de romances históricos gosto de trabalhar o lado invisível da História, ou seja, as questões associadas ao amor, à morte, ao sexo, à alimentação, e nesse périplo gosto, preferencialmente, de trabalhar com aqueles que ajudaram a escrever a história deste país mas que são os anónimos da sociedade, como somos todos nós, ao fim e ao cabo, ao sustentar a sobrevivência desta nação. Geralmente os meus personagens são sempre actores das classes mais desfavorecidas da sociedade.

Este é o meu terceiro romance, mas já publiquei várias coisas, desde poesia, banda desenhada e ensaio. Para mim, enquanto escritor, cada novo romance é um primeiro romance, pois tenho tendência para complicar cada vez mais o meu trabalho, uma vez que procuro sempre mais de mim como criador. O terceiro romance serve apenas para mostrar a mim mesmo que sou capaz de construir uma obra, paulatinamente, e sempre em função dos meus objectivos criativos. A alegria, essa é incomensurável. Enquanto tiver capacidade para imaginar continuarei a escrever, pois essa é a minha razão de existir. Não sei fazer mais nada."

Paulo Moreiras

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