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sábado, 13 de novembro de 2010

Soltas...

"Avançando em auto-de-fé, por entre a chacota da multidão, terás como destino unir o teu corpo ao implacável ardor das chamas. Mas nem isso já te atormenta... O teu maior receio é o de não teres força para morrer pela honra e, antes de darem os teus ossos aos cães, confessares com mentiras as verdades que eles querem ouvir. Naqueles interrogatórios reina uma tenebrosa irrealidade, na qual as perguntas nunca encaixam nas respostas nem a verdade se distingue da falsidade."

"Agora, com o tempo tão próximo do final, passados que foram os três dias de mãos atadas, oscilo ainda entre a morte e uma espécie de vida. Vai-se instalando em mim uma espécie de torpor, que se parece com uma súbita bonança, mas que não é mais que alheamento. Não faz mal. A loucura talvez seja a única amiga a quem poderei dar a mão quando amanhã caminhar, por entre apupos, na procissão do auto-de-fé.(...) Irei morrer em breve, mas na verdade pouco sei do terror que me espera. E, todavia, ele invade-me completamente à medida que um ténue esplendor de claridade começa a romper por entre as grades."

2 comentários:

  1. Tenho esse livro já há algum tempo e ainda não arranjei coragem para lhe pegar... Sei que vou ficar perturbada! O tema é-me precioso mas sofro ao ler sobre o mesmo...

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  2. Merece ser lido,Uma viagem ao passado que impressiona pois as mentalidades da época ferem os nossos sentidos...

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